O mercado global de açúcar tem enfrentado uma queda acentuada nos preços, atingindo o menor nível desde 2022, impulsionado principalmente pelo aumento da produção no Brasil. Nos últimos meses, o Brasil, que é o maior produtor mundial de açúcar, registrou um crescimento significativo na produção, com um aumento de 11,8% na moagem de cana-de-açúcar em comparação ao ano anterior. Essa alta produção criou um excedente de oferta, pressionando os preços do açúcar para baixo, com o açúcar bruto sendo negociado abaixo de 18 centavos de dólar por libra-peso (equivalente a 0,3968 dólares por quilograma), o menor patamar em dois anos.
Futuro do preço do Açúcar
Apesar do cenário de alta produção, há preocupações crescentes sobre os impactos climáticos da La Niña. Este fenômeno, que historicamente causa condições mais secas na região Centro-Sul do Brasil, pode afetar significativamente as colheitas futuras. A La Niña, esperada para se intensificar a partir do final de 2024, poderia reduzir a disponibilidade de cana e, consequentemente, diminuir a produção de açúcar na safra 2025/26. Especialistas apontam que uma redução na chuva durante os próximos meses poderia resultar em um declínio de até 700 mil toneladas na produção de açúcar, o que poderia inverter a atual tendência de queda nos preços e criar um ambiente de alta nos mercados futuros.
Adicionalmente, as condições climáticas adversas já começaram a impactar a produtividade em algumas regiões, com a produção na segunda metade de maio ficando abaixo das expectativas. Este cenário ressalta os desafios que o setor pode enfrentar nos próximos anos, especialmente se a La Niña se confirmar com a intensidade prevista.
Essas dinâmicas colocam o mercado de açúcar em uma posição delicada, onde um excesso de oferta a curto prazo é contrastado com potenciais riscos climáticos a médio e longo prazo, criando incertezas sobre o futuro dos preços.