O maior arranha-céu do mundo com conceitos de sustentabilidade está projetado para ser construído em Nova York, nos Estados Unidos. O edifício com 130 metros de altura promete ser autossuficiente em consumo de energia e tratamento de água e esgoto. O projeto busca adaptar a edificação a conceitos de pós-pandemia, ou seja, quem habitar o prédio poderá fazer tudo dentro de suas instalações – desde frequentar escolas até ser atendido por um centro médico.
O edifício segue outra tendência: terá pavimentos ocupados por jardins suspensos. Segundo o escritório de arquitetura Piero Lissoni, a pretensão é ter uma floresta urbana vertical no coração de NY. As áreas verdes não serão por acaso. Servirão para abastecer um sistema de reciclagem do ar, dispensando equipamentos de ar-condicionado, além de ajudar na captação de água da chuva e seu respectivo tratamento. “As infraestruturas do futuro devem ser pensadas para suportar períodos de confinamento”, diz o autor do projeto, o arquiteto Lissoni Casal Ribeiro.
A concepção do arranha-céu também leva em consideração a escassez de terrenos em Nova York. O prédio vai ocupar uma área de 80 metros de largura por 130 metros de comprimento. “A torre está configurada para maximizar a funcionalidade dos espaços interiores e exteriores e garantir a eficiência estrutural. Partindo de um lote urbano de 80 x 130 m, o núcleo central do prédio é circundado por grandes jardins suspensos apoiados por uma cortina externa de cabos de aço, que atuam tanto como estrutura quanto como desenho de fachada da torre”, define Lissoni Casal Ribeiro.
Uma das principais inovações do edifício projetado para NY é que ele utilizará energia geotérmica combinada com painéis fotovoltaicos. Em Nova York, as duas formas de energia renovável geram benefícios fiscais a quem as utiliza em projetos arquitetônicos. No caso da energia geotérmica, que bombeia água aquecida do subsolo através de dutos por dentro das estruturas do prédio, o objetivo é que a temperatura ambiente dos apartamentos seja, em média, 10 °C acima do ambiente externo quando o bombeamento estiver ligado. Com isso, projeta-se uma economia de 60% com sistemas de ar-condicionado e calefação.
O projeto do edifício projetado pelo estúdio Lissoni & Partners ganhou menção-honrosa no SKYHIVE 2020 Skyscraper Challenge, que premia arranha-céus conceituais e que tendem a ditar padrões arquitetônicos. “Não projetamos simplesmente um edifício, mas sim um ecossistema completo. Como uma árvore, que reúne e transforma toda a energia necessária do sol, do vento e da chuva”, afirma Lissoni Casal Ribeiro. Os projetos vencedores da premiação foram a Biorrefinaria, um prédio a ser construído em Londres-Inglaterra, e que promete emissão zero de CO2; o Edifício Oco de Dubai, com paredes e lajes ocas, por onde o ar circula e ajuda a resfriar a edificação, e a Cidade Vertical, em Roma-Itália, dentro do conceito de que uma edificação deve suprir todas as necessidades de seus moradores em caso de pandemia.