O Brasil é uma potência agrícola, energética e ambiental, além de ter grande volume de reservas internacionais. Por outro lado, o país ainda carece de produtividade, educação, infraestrutura e eficiência tributária, avanços que estão muito longe de acontecer.
Mesmo assim, a volatilidade global nos coloca em posição de destaque, conforme apontam bancos e gestoras de recursos: “Temos recebido investidores que não vinham para a América Latina há mais de uma década, e que voltaram porque os principais mercados globais estão instáveis; o Brasil ficou mais atrativo”. É preciso também destacar a atratividade da Índia – que vem em um crescimento da economia bastante acelerado – e da Coreia do Sul, ambos com um mercado imobiliário sólido.
Na Europa, veem a inflação controlada e uma taxa de juros perto do teto – com menos entusiasmo para a Inglaterra -, e os Estados Unidos apresentam um mercado imobiliário muito sólido, com a taxa de juros em um ponto de inflexão. Na média, produtos de renda fixa, os títulos do Tesouro norte-americano e outras classes de ativos estão mais atrativas no cenário atual. Ressalta-se, porém, que o ciclo deve se
reverter em breve.
Enquanto isso, a maioria dos investidores aposta em consolidação e reciclagem do portfólio, no aguardo de condições mais favoráveis para a renda variável: “Supondo que a inflação [global] estará mais controlada, isso vai permitir que as taxas de juros caiam, o que por sua vez vai permitir que os investidores parem de resolver os problemas em suas bases e olhem para os emergentes”.
Neste contexto, outro ponto positivo do Brasil – em meio a sucessivas mudanças ideológicas de governo na última década – é a permanência de um cenário relativamente estável e sem grandes disrupções, o que viabiliza a entrada do capital de longo prazo. Por todo o exposto, é provável que haja um volume maior de investimentos institucionais no mercado imobiliário brasileiro em 2024.