A primeira casa do Brasil construída com a tecnologia de impressão 3D já é realidade no município de Macaíba, no Rio Grande do Norte. Sob a orientação do professor-doutor André Felipe Oliveira de Azevedo Dantas, os engenheiros civis Allynson Aarão César Xavier e Iago Felipe Domingos da Silva, vinculados à Universidade Potiguar (UnP), viabilizaram o processo de impressão utilizando concreto como matéria-prima. Os três também se envolveram com a construção da impressora, ao longo de um projeto que começou há 3 anos. Nesse desenvolvimento, o trio teve o apoio do centro de excelência em pesquisa aplicada da UnP.
O grau de confiabilidade do composto cimentício para alimentar a impressora 3D foi conseguido após 6 meses. Para alcançar a especificação ideal, os pesquisadores contaram com o apoio da equipe de pós-graduação em engenharia de materiais da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte). O software da máquina replica tecnologia consagrada pela chinesa Win Sun e pela russa Apis e lê as seguintes características do concreto: traço, viscosidade, composição e resistência.
A casa construída em Macaíba-RN atende padrões de habitação de interesse social (HIS). Os engenheiros civis envolvidos com o projeto estimam que no prazo de 1 ano a tecnologia esteja apta para construir a estrutura de uma casa em 24 horas. A impressora montada na UnP é capaz de construir uma moradia de até 200 m2. O equipamento tem 3 m de altura, 7,6m de largura, e 12 m de comprimento. Segundo o professor-doutor André Felipe Oliveira de Azevedo Dantas, a economia de materiais, custos e mão de obra para viabilizar a casa-protótipo chegou a 30%. “Podemos impactar fortemente o nosso país com um modelo de produtividade diferenciado, diminuindo custos e maximizando lucros”, avalia.
Custo do m2 para construir a casa ficou em torno de 50 reais, mas pode baixar
Considerando apenas a fase de impressão, o custo do m2 para construir a casa ficou em torno de 50 reais. Os pesquisadores, no entanto, asseguram que esse valor pode ser reduzido. “O próximo passo é conseguir investimento para desenvolver a tecnologia, aumentando sua precisão e confiabilidade. Também buscamos criar um modelo de negócio que coloque o produto no mercado, de forma competitiva, e também para dentro das universidades, como instrumento de pesquisa”, diz Allynson Xavier.
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