Ao longo do ano, o saldo do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) caiu em mais de R$ 100 bilhões, como resultado de captações líquidas negativas – mais saques do que depósitos. Como a poupança é um dos principais bolsos que financiam o mercado imobiliário, há uma preocupação crescente com a sustentabilidade do sistema, visando fomentar a expansão do crédito no setor.
Segundo os próprios bancos, é certo que a poupança, sozinha, não será suficiente para fazer frente ao crescimento do crédito imobiliário. “Cada vez mais, será um mix de estruturas. Além das linhas mencionadas acima, os fundos de investimento imobiliário (FIIs) têm ganhado importância no financiamento a projetos do setor, seja pela alocação em títulos de crédito, seja pela construção ou compra direta de empreendimentos (fundos de tijolo). Esses últimos foram bastante penalizados pela alta dos juros, apontada pelos executivos como a principal dor do setor: “Ela inibe o investidor”,
Desde que o Banco Central iniciou a subida da Selic, os fundos imobiliários passaram a sofrer com a concorrência de títulos de renda fixa do governo e dos bancos. Dentro dos próprios FIIs, houve um desequilíbrio em direção aos fundos de papel, cuja remuneração é atrelada a juros e inflação – entregaram dividendos maiores no período.
Diante desse cenário os players wealth management podem ser outra fonte de recursos para financiar a expansão imobiliária. Líderes de algumas casas apontam que a gestão de fortunas está cada vez mais profissional e há um grande apetite pelo setor – historicamente, pela vocação patrimonial do investidor brasileiro, e por questões circunstanciais.