Agosto encerrou com uma convergência de dados positivos sobre varejo da construção, empresários do setor e consumidores. Um dos índices, o de confiança do comércio, medido pela FGV, cresceu 10,5% no mês passado. Já o Boletim Cielo, que acompanha o impacto da COVID-19 na economia brasileira, mostra que o varejo da construção acelerou 9,9% desde maio e teve um pico na terceira semana de agosto, crescendo 26,5% no período.
Outro índice, o de Confiança do Empresário da Construção, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria, aumentou 7,7 pontos e atingiu 54 pontos em agosto. Com esse crescimento, supera a linha divisória de 50 pontos, o que confirma o otimismo daqueles que empreendem no setor.
Mais uma informação relevante veio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) onde o saldo entre admissões e demissões na construção civil voltou a ser positivo em 0,4%. Também se destaca o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pela FGV, e que voltou a patamares de março, ou seja, período anterior às imposições da pandemia.
Por fim, o FGV IBRE aponta que 42,1% dos empresários da construção esperam normalização em 2021 e 25,1% dizem já estar operando normalmente. Na mesma direção, outro dado da FGV – o Índice de Confiança da Construção (ICST) – alcançou 87,8 pontos em agosto, em uma escala de 0 a 200 pontos. O ICST já recuperou 82% dos pontos perdidos em março e abril.
Isso vai ao encontro do que pensa o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Rodrigues Martins, para quem esses dados sobre a volta de confiança do setor irão se refletir no que o dirigente definiu como um “boom de lançamentos” a partir de setembro. “Nós represamos os lançamentos no 1º semestre, o que indica que agora os números devem crescer consideravelmente. A alta de lançamentos é importante porque representa emprego futuro. Estamos otimistas, mas com os pés no chão”, diz.
O levantamento também aferiu outro dado de confiança. Detectou que, em agosto, 40% das famílias tinham a intenção de comprar imóvel ainda esse ano. Em março, eram 43%. “Ou seja, já estamos quase no mesmo patamar pré-pandemia”, avalia o analista de mercado. A pesquisa abrangeu 132 municípios, sendo 19 capitais, de norte a sul do Brasil.
Reportagem com base nos boletins da Fundação Getúlio Vargas e da Câmara Brasileira da Indústria da Construção